Dia das Crianças chegou e passou… o que temos a oferecer para as nossas crianças?
Talvez esta pergunta não seja tão fácil de responder quanto parece.
Gostaria de compartilhar aqui alguns questionamentos que tenho feito a mim mesma e à forma com que busco me relacionar com meus pequenos. Aqui em casa buscamos deixar as crianças à vontade para brincar… mas não poucas vezes escuto: “Mas do que que eu vou brincar? Não tem nada pra eu fazer?” e a resposta de forma quase que instantânea salta, “como não, olha no seu quarto quantos brinquedos você tem!”
Esta situação tem sido motivo de reflexões. Será que é o número de brinquedos que causa este desestímulo ou será que são brinquedos ultramodernos que não tem dado espaço para que um brincar genuíno possa surgir?
Resgatando em nossa memória, não precisamos ir muito longe, a forma com a qual brincávamos era muito diferente da que temos agora… Pular corda, jogar peão,bolinha de gude (birosca), brincar de pega-pega, esconde-esconde, embalar bonequinhas de pano, fazer de simples objetos como retalhos, tampinhas, caixas de papelão, luxuosas brincadeiras, riquíssimas de sentido e afeto para quem brinca.
Fazendo um contra ponto com o que encontramos hoje, que são brinquedos prontos, que permitem à criança realizar pequenas atividades, digo atividades porque talvez estimule pequenos pontos como ganhar agilidade de raciocínio, aprender cores, números, etc., tirando a liberdade da criança expressar seus sentimentos (angústias, alegrias, decepções, conquistas, …), num movimento de dentro pra fora, como quem conduz o seu próprio brincar.
Você que está aí,que já é pai, mãe, tio (a) ou ainda será, a você que compartilha o estar com uma criança, convido a fazer não só um resgate de memórias de quão legítimo foi o nosso brincar, de como tínhamos espaço pra criarmos, inventarmos e lidávamos deliciosamente com nossas vivências, que em muito fazem diferença hoje na vida adulta, pois tivemos a oportunidade de amadurecermos nossas relações; de certo que um adulto que não brinca, é uma criança que também não teve esta oportunidade. Então, o convite é o seguinte, resgatar não só memórias, resgatar momentos, dar a oportunidade às crianças que estão à sua volta de desfrutar de um brincar legítimo,que vem de dentro pra fora, num processo construído pela própria criança.
Não existem respostas prontas, o que existem são direcionamentos que conduzem a um caminho permeado pela simplicidade, porque é daí que a criança tem espaço para se colocar no mundo.
Conta aqui pra gente, como foi o seu brincar e como ele tem acontecido hoje em sua casa.
Bjins,
Renata.
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